Cavaleiro Madeira, homem que revolucionou a natação de formação em 1973

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Depois de já ter passado em revista os vários presidentes que têm liderado os destinos da natação em Portugal e passando em revista o meu baú de memórias, encontrei muitas peripécias que se passaram com o engenheiro Cavaleiro Madeira.

Entrou para a natação pela mão dos seus filhos, Luísa e Luís, ambos deram as suas primeiras braçadas nos anos 60 e 70 no seu clube de sempre, Sport Lisboa e Benfica, ainda nas escolas que existiam em conjunto com Oliveira e Silva, outro senhor que tem sido esquecido pelos dirigentes desportivos deste país. Tudo fez ao serviço do seu clube, assim como o dirigismo deste País. Ambos foram os responsáveis pela construção da primeira piscina no Estádio da Luz.

Mas, vamos à figura do engenheiro dirigente desportivo. Foi no ano de 1973 que entrou para a Federação. Como seu responsável, numa fase em que os destinos financeiros estavam no caos, proporcionou resultados técnicos.

De facto, a natação recebia uns míseros subsídios da direção geral de desportos de 300 contos anuais para apenas a federação limitar-se a fazer um torneio metropolitano de inverno, novidade na altura, e os campeonatos de verão. Mas não podia fazer mais porque dinheiro não tinha.

A direção anterior, apesar de todos os esforços, dirigida por Francisco Alves, não tinha recebido qualquer apoio durante a sua gerência.

Com respeito à eleição como presidente, soube pelos jornais que tinha sido convidado formalmente. Antes tinham-me sondado e tinha respondido negativamente. Foi quando o engenheiro esteve em contacto com a DGD, onde impôs várias condições sem as quais não tomaria posse do lugar. Passaram-se vários meses e tomaria posse.

Parece que os frutos foram bons, pelo menos em resultados passados nas áreas de formação a nível internacional. Na altura tinha como secretário-geral o comandante Vicente Moura, fazendo alterações profundas na federação que só vieram beneficiar o movimento associativo com os benefícios dados aos clubes para comparecerem nas competições federativas.

Assim, todo o sistema desorganizado, que provinha do antecedente, foi herdado pela Direção. O grande benefício foi na área da formação em que jovens nadadores comparecerem assiduamente nos meetings internacionais. É evidente que a federação não tinha dinheiro, entrando no seu valor pessoal que à sua sombra não deixaram de estar sempre presentes.

Aqui recordamos uma figura que contribuiu para o grande desenvolvimento da natação portuguesa.

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