Quando as docas eram palco de campeonatos de Saltos

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Saltos para água, uma modalidade nos anos 30-40, era muito praticada nas docas, locais a onde se iniciaram a natação pura e polo aquático. Assistiu-se a saltadores agitarem-se dos mastros das gravatas e das provas dos navios que estavam ancorados nas docas, em Alcântara, no Jardim do Tabaco, numa interessante festa da natação que o Grupo Sporting Adicense organizava anualmente e que tinha como prato forte demonstrações de saltos para a água.

Outros locais, como Leixões, Viana de Castelo, na Ria de Aveiro. Em Viana até foi construída uma plataforma, com 10 metros, que só se podia saltar com marés grandes. Na altura, a técnica ainda não era a mais propícia e por isso se faziam saltos mais simples de cabeça para a frente.

Após construção da piscina do Algés, em 1934, nela estava incluída uma torre saltos, com pranchas de alturas olímpicas de 3, 6 e 10 metros.

Neste clube iniciaram-se na altura escolas de saltos. Foi nos anos 40 e 50 que se iniciaram competições mais a sério, onde passou a haver campeonatos nacionais, estes para todas as categorias para ambos os sexos. Recordo com saudade esse senhor chamado Hermano Patrone, um dos grandes impulsionadores da modalidade no Algés, onde se consagrou várias vezes campeão nacional.

Com as alterações da piscina do Algés desapareceu a modalidade em Lisboa. Houve uma certa esperança do renascimento da modalidade com a inauguração da piscina do Jamor, com uma fossa de saltos e uma torre olímpica, com pranchas de 3, 6 e 10 metros. Pouca foi a sua utilização para a modalidade, nunca foi utilizada para a modalidade, tem um fundo móvel. O tanque está ao serviço das escolas de ensino.

Apesar de se ter chamado atenção dos nossos responsáveis pela modalidade, nunca houve vontade de se aproveitar esta condições para desenvolvimento para a modalidade de saltos.

As únicas aulas de saltos que existiam e que deram grandes frutos para a modalidade foram em Loulé, Torres Novas, clubes que têm tido uma atividade e onde participaram em Campeonatos Nacionais, que contaram com um número de saltadores muito elevadas em ambos os sexos.

Tem sido sol de pouca dura, porque se assistiu a mais um interregno da modalidade, que ainda continua e não se sabe quando voltará esta modalidade olímpica.

Existem poucas piscinas com torre de saltos, que saibamos apenas em Loulé, Torres Novas e Évora.

Neste momento, Saltos para a água é uma modalidade sem expressão em Portugal.

Saltos para a água e uma modalidade até já teve uma representante nos jogos Olímpicos uma emigrante que vivia nos Estados Unidos chamada Jane Figueiredo nos Jogos Olímpicos em Los Angeles.

Aos responsáveis pela modalidade, esta é uma modalidade Olímpica, incluída na natação pura, águas abertas, sincronizada e polo aquático, modalidades que têm tido uma enorme evolução de praticantes muito elevada.

A APTN já teve uma palavra nesta modalidade inserida em vários dos seus congressos técnico científico, intervenções de técnicos credenciados na modalidade.

Um acontecimento que tanto se assiste ao esquecimento desta modalidade que está ligada à natação.

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