Hora de decisões

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O polo aquático português inicia hoje as fases de qualificação para o Campeonato da Europa, respetivamente em femininos (a realizar em Rio Maior) e em masculinos (a realizar em Amersdorf, próximo de Amesterdão, nos Países Baixos).

Difícil, muito difícil os respetivos eventuais apuramentos! No caso masculino, Portugal tem hoje uma prova de fogo ante a Lituânia, um jogo que terá forçosamente de ganhar para manter a esperança de ser um dos três melhores segundos, dos quatro grupos em equação. No grupo de Portugal, resta a Holanda (adversário considerado proibitivo e a jogar em casa), e a Polónia, que também não pode ser considerado acessível.

Os prognósticos são reservados, mas Portugal evoluiu mesmo muito. Nós somos do tempo em que se perdeu com a Polónia por 12-1 e todos na época, há vinte anos, achamos que foi um resultado meritório. Acreditamos que Portugal vencerá a Polónia e hoje, com a Lituânia, terá também boas hipóteses, embora todas as equipas agora naturalizam sérvios, ou jogadores e treinadores mais evoluídos de países da ex-Jugoslávia, o que poderá baralhar as contas.

Aos jogadores portugueses pede-se o engenho e um modelo de jogo próprio que valorize as nossas características e leve a alcançar o objetivo. Relembrar que tudo pode ser decidido por diferença de golos. Nos outros grupos, os eventuais segundos são países como a Eslováquia, Eslovénia, Malta e Turquia.

Já em femininos, Portugal joga em casa e apuram-se duas equipas. Se com a Alemanha nos parece mesmo muito complicado, com a Inglaterra pode haver chance efetiva de se vencer. As inglesas arranjaram novo treinador e andaram em estágio pela Europa, mas a sua tradição na modalidade é nula. Obviamente todas se querem apurar, menos a Finlândia, que deverá ficar desde logo fora da corrida.

O polo aquático português será em ambos os torneios de apuramento aquele que tem menos estrutura e pragmatismo. Portugal ainda não se conseguiu adaptar à realidade dos jogos desportivos coletivos e do polo aquático da era moderna (transferências em cima da hora, treinadores profissionais bem pagos, estágios de preparação com equipas mais evoluídas, torneios internacionais de rodagem, etc).

Não se está a desvalorizar o modelo português, mas obviamente há aqui nestas equipas todas “muito dinheiro a correr”, e grande investimento, o que naturalmente pode fazer mossa.

Acreditar nas possibilidades existentes (que são reais) e dignificar e conseguir a almejada qualificação é o que desejamos para as nossas representações.

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