Yusra Mardini salvou vidas na Síria e o Rio de Janeiro espera por ela

 
  

Yusra Mardini, que em agosto próximo compete nos Jogos Olímpicos Rio 2016 pela delegação dos refugiados do Comité Olímpico Internacional (COI), há pouco mais de um ano – então com 18 anos de idade – teve que nadar pela sobrevivência ao lado de outros refugiados na perigosa travessia do Mar Mediterrâneo.

“Todos no barco estavam a rezar. É difícil pensar que é uma nadadora e pode morrer na água”, relembra a atleta.

A história de Yusra, contada pelo Rio2016.com, é uma das muitas que ilustram o Dia Mundial dos Refugiados, celebrado esta semana por iniciativa do COI e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Yusra e sua irmã fugiram de Damasco, na Síria, quando a guerra no país se intensificou. Primeiro, viajaram a Beirute, no Líbano. Após uma passagem por Istambul, na Turquia, ganharam o Mediterrâneo para chegar à ilha grega de Lesbos. Hoje ela vive em Berlim, na Alemanha.

Durante a travessia do Mediterrâneo, o motor do bote em que viajavam parou. Com capacidade para 6 pessoas e ocupada por 20, a pequena embarcação corria o risco de afundar. Foi então que Yusra, a irmã e uma terceira mulher saltaram na água e ajudaram a empurrar o bote até a praia. “Apenas 4 das 20 pessoas sabiam nadar”, conta a atleta.

A formação da equipa dos refugiados é o resultado de um projeto iniciado pelo COI em 2015. Na ocasião, um fundo de 2 milhões de dólares foi criado para ajudar os comités Olímpicos nacionais na criação de programas especialmente voltados a refugiados. O objetivo final era identificar talentos capazes de participar dos Jogos Olímpicos.

Incluída na equipa olímpica, Yusra treina atualmente no Wasserfreunde Spandau 04, um dos clubes de natação mais antigos de Berlim. Foi o bom trabalho na Alemanha que lhe valeu uma das dez vagas da equipa olímpica dos refugiados.

Depois de representar a Síria no Campeonato do Mundo de Natação de 2012, Yusra espera agora aproveitar da melhor maneira sua experiência Olímpica. “Vou contar para todo o mundo sobre o que passei aqui (no Rio de Janeiro). Quero mostrar que depois da dor e da tempestade chegam dias melhores”.

Outros nove atletas completam a delegação inédita em Jogos Olímpicos: mais um nadador da Síria, cinco corredores do Sudão do Sul, dois judocas da República Democrática do Congo e um maratonista da Etiópia.

Os refugiados competem sob a bandeira e o hino Olímpicos. Como qualquer outra delegação, ficam hospedados na Vila dos Atletas e são acompanhados de treinadores, médicos e outros profissionais.

Foto: DR

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