
O jornal britânico The Times revelou, esta quarta-feira, a gravação de uma conversa do vice-presidente da Federação Internacional de Natação (FINA), Husain Al Musallam, em que o dirigente reclamaria “comissões” de 10% sobre futuros patrocínios.
Na gravação, o dirigente do Kuwait, que é também diretor-geral do Conselho Olímpico Asiático (OCA), pede um pagamento de 10% do dinheiro de futuros patrocínios, orçados em vários milhões de euros.
As declarações reveladas pelo The Times foram recolhidas no seio de uma conversa com um representantes chinês, e surgem quando o congresso da FINA decidirá, no sábado, o próximo presidente, em que é esperado que Al Musallam seja reeleito ‘vice’ sem oposição.
A OCA explicou, em reação à publicação do The Times, que sabia da existência da gravação, mas que não foram pedidos nem efetuados quaisquer pagamentos a nenhum funcionário.
Al Musallam foi autorizado a recandidatar-se à vice-presidência da FINA, apesar de a Federação de Natação do Kuwait estar suspensa desde outubro de 2015, por interferência governamental na gestão do desporto, sendo que integra ainda a Comissão da Solidariedade Olímpica do Comité Olímpico Internacional (COI).
O órgão olímpico esclareceu que fez chegar as alegações à sua Comissão de Ética, depois de ter dito, anteriormente, que estava em contacto com a FINA, a FIFA e a OCA em relação aos dois casos em que o dirigente está implicado.
Em abril, o diretor geral da OCA desde 2005 foi implicado num caso de um suposto suborno pago ao presidente da Federação de Futebol do Guam, Richard Lai.
Lai tinha dito, perante o tribunal federal de Brooklyn, nos Estados Unidos, que recebeu subornos através da OCA para salvaguardar os interesses do futebol do Kuwait.
O organismo que regula a natação mundial reagiu à implicação, explicando que “não houve um caso a responder baseado na informação que está disponível à FINA de momento” em relação às ligações com Richard Lai.
As declarações surgem depois de, em maio, a FINA ter garantido que ia “tomar todas as medidas necessárias” para tratar do caso, mas disse hoje que “não houve qualquer quebra dos regulamentos”.