
Tantas vezes se diz mal do polo aquático, da falta de recursos, da organização deficiente ou do pouco apoio dado às seleções e demais processos. Contudo, tal como o Asterix, onde uma aldeia de gauleses resiste ao “invasor”, também o polo aquático português é pródigo em resistir e em exemplos de transcendência, de valores universais e de situações que, se calhar, também, só mesmo no polo aquático em Portugal poderiam acontecer!
Confusos? Passamos a explicar: Este sábado, no jogo entre Fluvial B e CDUP, Miguel Freitas (ex-internacional) jogou na mesma equipa (CDUP) com ambos os filhos (Rodrigo e Tomás), num dia que imaginamos inesquecível.
Não seria preciso falar do desporto e das suas interligações várias, onde nem sempre a designada competição a sério será a mais valiosa. Fazer desporto é algo de fantástico e deverá ser encarado como uma perspetiva cultural e de bem estar, do desenvolvimento da saúde e da amizade. Se quiserem alargar o conceito, numa modalidade coletiva, o fazer desporto fica ainda mais valioso com amizades para toda a vida. No polo aquático isso acontece um pouco por todos os clubes, dos mais fortes aos mais modestos, dos que lutam pelo título e dos que lutam simplesmente para se manter, se quiserem, à tona!
E para todos também, a conjuntura onde nos movemos apresenta-se continuamente algo minada, com ainda muita incompreensão no desejo de desenvolver (mais) este difícil desporto ou simplesmente jogar (há ainda mesmo muitas piscinas em Portugal com condições ótimas onde o polo aquático não consegue sequer entrar), o que dificulta tudo a todos os níveis.
O bonito e emocionante momento deste sábado só nos pode motivar a todos! O polo aquático em Portugal segue o seu caminho a resistir, na discussão dos títulos, nas descidas de divisão, no arranjar de apoios, na marcação de jogos e piscinas, na arbitragem e demais subsídios, mas, desta vez, com uma enorme mensagem de esperança na necessária valorização que se procura e impõe.
Bons e muitos jogos para 2022 é o que desejamos para todas e todos.