Todas e… todos… para 2024

 
  

Iniciemos este pequeno comentário, com uma saudação muito especial e sincera à seleção nacional feminina de polo aquático, que fez ontem um jogo (na nossa opinião) brilhante com a França, na fase de apuramento do Europeu, que decorreu na ilha de Malta. Estarão a pensar em contradição de ideias (afinal, perdemos 7-12), mas já lá iremos. Estar no início do quarto parcial a disputar o apuramento com um país como a França só tem de nos deixar orgulhosos. Não chega, é verdade, mas faça-se uma avaliação séria e justa. Este não foi um bom jogo, como mencionado no site oficial. Foi sim, um excelente jogo que nos dará forçosamente esperança para o futuro.

Para não pensarem que se trata de um elogio simpático, o jogo com Malta, que até ganhamos, (6-4), não foi nada de especial, e, com Israel, que perdemos por 10 de diferença, também não, e ficamos de fora do Europeu! E, afinal, em que ficamos? Ficamos nos comentários dos treinadores presentes: “Portugal fez coisas bem feitas “(muito bem na nossa opinião), e “Portugal está de volta”, e “precisa que todos os agentes desportivos envolvidos tomem opções de médio/longo prazo”.

Dito assim, parece fácil! Não é, de todo. A estratégia definida para este ano pela nossa federação não foi consensual. Não adiantará nada recordar da inscrição feminina e na ausência masculina nestas fases de apuramento. Mesmo que não queiram falar disso, o processo criou clivagens desnecessárias. E ninguém quer isso.

Faça-me finalmente uma reflexão adequada dos processos existentes. No caso feminino, que fez ou descobriu a seleção israelita que nós não estamos a visualizar (há dois anos era taco a taco com elas)?

No caso masculino (que será mais difícil analisar porque não se participou), voltemos a Israel que consegue um apuramento inédito! E se eles conseguiram, não é ilegítimo nem romântico dizermos que era também possível para nós!

Portugal terá agora dois anos para se organizar, preparar, criar sinergias positivas e aproveitar ao máximo o que já existe e tem estado em constante evolução – Os treinadores portugueses subiram claramente de nível, o conhecimento está mais disponível, temos estudiosos a publicar polo aquático (Paulo Tejo, Sofia Canossa, entre outros), e, por exemplo, na Universidade do Porto (Ricardo Fernandes), o polo aquático serviu também de investigação. A par disso tudo, deverão os clubes criar mecanismos de organização e de implementação de programas de treino adequados, mais sessões, mais intensidade, maior intervenção nos organismos associativos e federativos, entre outras ações (a montante), que também passam… pelas inscrições nos Europeus… faltam dois anos. Seria fantástico, como Israel conseguiu, este ano, que em 2024 Portugal também atingisse esse objetivo.

“Acreditar” (António Machado, selecionador feminino, dixit)… e sff, não se esqueçam das inscrições em ambos os sexos. Todas… e todos… ora aí está um bom slogan…

Créditos da foto: FPN

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