Rodrigo Costa: “Os amigos da natação são amigos para a vida toda!”

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Nadador, surfista, triatleta e professor, Rodrigo Costa, nadador do Litoral Alentejano, revela, em entrevista ao Chlorus, que “as provas de estilos” são as suas preferidas, considerando que a piscina “é um local especial”, onde se vivem “sensações muito fortes”.

Como e quando começaste esta modalidade?

Aprendi a nadar na praia de Sines, hoje conhecida como, Praia Vasco da Gama, com a minha irmã mais velha. Comecei a praticar natação por volta de 1984/85 no tanque de aprendizagem que tínhamos em Sines, com 16m. Esse foi o meu local de treino principal até 2005, ano em que se inaugurou a atual piscina municipal. A minha primeira professora foi a Aida Fernandes e o meu primeiro treinador foi José Manuel Barambão.

Como concilias a tua atividade profissional, com a natação?

Eu sou professor do Ensino Básico e integro também a equipa técnica do CNLA. Assim, como já estou na piscina ao fim do dia para dar treinos, tento nadar também. Outras vezes, tento nadar na hora de almoço, seja em piscina ou na praia. Quando não dá para nadar, tento compensar com uma corrida noturna ali na avenida da praia.

Qual o estilo de nado que mais aprecias? Fundo ou velocidade?

Na piscina, as técnicas onde penso que consegui melhores resultados foi bruços e estilos. Mas são as provas de estilos que gosto mais de nadar. Quanto às distâncias, gosto de todo o tipo de provas, mas tenho conseguido evoluir mais nas provas mais longas.

Natação pura ou águas abertas? Porquê?

Aprendi a “nadar” no mar, mas foi na piscina que me tornei nadador. Ali treinei muitos anos, aprendi a competir e competi a maior parte das vezes. Acho que é onde podemos melhor avaliar todo o trabalho realizado nos treinos. É um local especial, onde vivemos sensações muito fortes, seja a competir ou a ver os nossos nadadores, colegas e amigos a nadar. As águas abertas, que já praticava desde os anos 90, surgiram naturalmente pela ligação que tenho com o mar. Mais tarde, o CNLA começou a destacar-se como um clube com tradição em águas abertas, tanto pelos resultados dos seus atletas como pela organização da Prova de Mar Baía de Sines, que conta já com 16 edições realizadas (infelizmente este ano não foi possível realizar a 17.ª). Essa tradição foi levada muito a sério pelos nadadores Masters, que também adoram a liberdade de nadar no mar ou em outros locais, onde decorrem as provas. O facto de termos um país com tantas provas em locais fantásticos, faz com que as águas abertas se tornem ainda mais atrativas para todos. Águas abertas ou piscina? Acho que se complementam. O difícil é encontrar tantos fins-de-semana para conciliar tudo!

Quantas vezes por semana treinas? Tens alguma preparação física?

Tento treinar seis vezes por semana, embora não tenha o mesmo tempo disponível todos os dias. Há dias em que só tenho meia hora para nadar, mas pode ser um treino bastante produtivo. O treino em seco tem-se revelado cada vez mais importante para mim, mesmo que por vezes reduza o tempo de treino na água. Um simples circuito com exercícios de força e uns elásticos, mesmo ali no cais da piscina, pode fazer toda a diferença para atingir os nossos objetivos na natação.

Outro desporto que não seja natação?

O surf sempre fez parte da minha vida, mas nunca explorei muito a sua vertente competitiva. Recentemente, voltei ao triatlo, do qual faz parte a disciplina de águas abertas e onde encontro muitos atletas que também são masters da natação.

Qual o momento na tua carreira master que te emocionou mais?

A primeira vez que fomos a um campeonato do mundo foi à Austrália em 2008, foi sem dúvida muito marcante. Como nadador, poder competir numa piscina que já tinha sido palco de campeonatos mundiais e ainda por cima na Austrália, que é um dos países de referência para a natação, é muito especial. Mas como espectador, foi em 2009, quando vi a nadadora Bernarda Angulo, com 97 anos, a terminar os seus 50 costas, com toda a piscina a aplaudir, de pé!

Que conselho darias aos atletas que acreditam na natação master?

Continuem a treinar. É sempre possível ir mais longe e conquistar objetivos. Procurem a ajuda de um treinador e treinem com outras pessoas. Acreditem que os amigos da natação, com quem treinamos e competimos, são amigos para a vida toda!

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