(Re)definir estratégias…

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Estamos fora dos campeonatos europeus, quer masculinos, quer femininos!

As respetivas fases de apuramento ditaram o nosso afastamento conjunto, quer nos Países Baixos ( masculinos), quer em Rio Maior (femininos).

A muitos quilómetros de distância fui visualizando os jogos e fico com muito orgulho no trabalho desenvolvido por treinadores, atletas e Federação. É mesmo muito difícil ser-se apurado (a). Esta é uma lição que todos os agentes em Portugal, sejam eles quais forem, têm de ter presente.

Ano após ano, a coisa não se concretiza! Dito assim, fica ainda mais pesado, mas, de facto, não se consegue. No caso masculino, a jogar-se fora de casa, a missão era mesmo quase impossível. Todos sabíamos que se perderia com os Países Baixos, ficando depois à mercê de golos marcados e sofridos, isto se se ganhasse à Polónia e à Lituânia, o que se conseguiu com dois jogos de grandes exibições. Gostávamos de elogiar estes resultados dos nossos rapazes. Fizeram grandes jogos, mesmo perder por dez com os Países Baixos é muito bom.

Contudo, não chega. É preciso mais, todos queremos mais um pouco, mas também não podemos ser assim tão ingénuos nos discursos. Portugal ficou fora do Europeu na edição anterior, quando não se inscreveu, o que o fez ir cair no pote mais desfavorável para este ano. A partir daqui já foi ir atrás do prejuízo, que a este nível é brutal.

No setor feminino, esperava melhor porque se estava a jogar em casa e isso conta muito. Bons jogos sem serem muito bons, mas abaixo de alemãs e inglesas. Na prática vai dar ao mesmo. Ficamos também “na praia”.

Todos os anos, também em femininos, aparece sempre alguém que aparentemente somos melhores, mas depois perde-se (Israel, França, desta vez Inglaterra). Que podemos fazer para alterar o eixo de desenvolvimento do polo aquático português?

Obviamente, as respostas não são assim fáceis, mas há algo que aprendi nestes anos todos. Portugal tem de ter uma política mais efetiva de seleção, começando nos escalões jovens. É preciso andar nos circuitos, diga-se fases de apuramento, nos sub-19, e sub-17 e etc… e sem interrupções.

Estas participações não são descuradas pelos nossos adversários diretos e isto é facilmente visível e parece também ser decisivo. Agora se há dinheiro para isso num país como o nosso, já serão outras contas.

Será também importante que os treinadores portugueses encontrem um modelo de jogo com impacto nas características do jogador luso, eventualmente menos físico, e com mais rapidez. A tendência do jogo segue uma maior velocidade na sua evolução e isso não nos afeta, mas será preciso treinar também melhor este aspeto e nadar-se mais para acelerar o modelo de jogo.

Falei em posts anteriores no exemplo do andebol e da sua seleção. Já sei que o andebol tem outras bases de recrutamento e muito mais praticantes, mas o recente exemplo do “fenómeno” Kiko Costa que joga no Sporting e na última fase final da Taça ante o Porto marcou 15 golos (quinze) pode-nos (se calhar) fazer pensar um pouco, porque é um jogador franzino e consegue com a sua velocidade e antecipação jogar de maneira diferente. É possível fazer-se isso no nosso polo? Eu acho que sim! Podem e devem-se mudar processos, adequando e adaptando às características existentes.

Uma última palavra para os árbitros portugueses envolvidos nestas fases de apuramento. Também eles sabem, que é muito importante não desligarem ou serem desligados deste tipo de jogos. Melhores árbitros originam melhores jogos e vão também fazer progredir mais o nosso nível.

Afinal, todos sabemos, que isto está (mesmo) tudo ligado.

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