
Pela primeira vez desde 2004 coroámos ontem de madrugada um novo campeão olímpico na prova dos 200 metros estilos. De facto, Michael Phelps conseguiu a proeza única na natação, de conseguir quatro títulos consecutivos nessa prova entre 2004-2016.
Na sua ausência cabia ao seu compatriota Michael Andrew a tarefa de tentar manter a onda de vitórias americanas nessa prova. Mas não foi bem isso que aconteceu.
Andrew tem uma estratégia de prova peculiar com passagens rapidíssimas desde início, o que o levam por vezes a nadar abaixo do parcial para recorde do mundo aos 150 metros. Mas nos últimos 50 sofre sempre muito com parciais regularmente acima de 30s quando os seus adversários conseguem terminar em 28s e alguns em 27. O americano era o líder do ranking mundial, mas já tinha dado indícios de não estar na sua melhor forma quando nadou os 100 bruços no início da competição.
Assim, apesar das rápidas passagens desde início, estava com um nado pesado e em esforço, tendo pago a fatura no final com um último parcial de crawl em 30.69 segundos. Um final absolutamente devastador (no verdadeiro sentido da palavra) em que o tradicional piano que cai em Michael Andrew no final de cada prova de 200 estilos se transformou numa orquestra inteira…
No lado oposto, tivemos um atleta chinês, Wang Shun, que do ponto de vista tático executou uma prova quase perfeita, terminando com novo recorde asiático em 1.55.00, quase conseguindo tornar-se no terceiro nadador a juntar-se ao seleto clube dos que conseguem nadar em 1.54. Para já esse clube mantém exclusividade da mais realeza americana: Michael Phelps e Ryan Lochte.
Nota para Laszlo Cseh que nadou pela primeira vez uma final de 200E sem a presença dos seus dois grandes rivais americanos, terminando a sua carreira com mais uma final olímpica, novamente sem o ouro olímpico, mas certamente com grande admiração minha e da família da natação.
Créditos da foto: FINA