Natação é líder em Portugal dos desportos praticados por mulheres

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O número de mulheres a praticar desporto federado em Portugal está a crescer de forma consistente nos últimos anos e, embora esteja ainda longe de um cenário de igualdade, representam já 30% dos atletas federados, segundo dados divulgados pela agência Lusa, dos quais a natação surge como líder dos desportos praticados pelas mulheres.

De acordo com os mais recentes dados do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) a que a Lusa teve acesso, a percentagem de atletas femininas federadas no país atingiu em 2017 os 30%, uma evolução face aos 26% que se registavam em 2014. Entre os 624.001 atletas registados nas federações desportivas, 185.280 eram do sexo feminino, evidenciando um ‘salto` face às 141.629 mulheres federadas três anos antes.

Entre as 59 federações observadas, apenas 16 registaram entre 2014 e 2017 uma diminuição no número de praticantes federadas, sendo que somente oito destas assinalaram uma quebra superior a um ponto percentual (p.p.). As modalidades que mais mulheres perderam no período observado foram a motonáutica (-7 p.p.), os desportos de inverno (-5,78 p.p.) e o ténis (-3,71 p.p.).

Tendo em conta as estatísticas do ano passado, as modalidades com maior número de atletas federados do sexo feminino são: natação (com 36.272 mulheres), voleibol (24.365), andebol (19.844), basquetebol (17.038) e ginástica (15.899).

Importa perceber que, nestas cinco federações, a proporção de mulheres em relação aos homens apenas era inferior a 50% no andebol (39,84%) e no basquetebol (40,75%). Já na ginástica, o domínio é avassalador, com uma percentagem de 86,82 nos atletas registados na federação, enquanto natação e voleibol contabilizaram 55,38 e 55,11%, respetivamente.

Em termos relativos, o crescimento mais significativo desde 2014 vai para a federação de patinagem (12,8 p.p.) — que inverteu a relação de forças e tornou as mulheres no `sexo forte` da federação (8.539 contra 7.353). Já em números absolutos, o maior crescimento pertenceu à natação: de 10.597 mulheres em 2014 passaram a 36.272 em 2017.

A esfera olímpica é um dos vetores do crescimento da participação feminina no desporto. Segundo o IPDJ, dos Jogos Olímpicos Pequim2008 para o Rio2016, a representação das mulheres nas respetivas missões subiu de 30 para 45%. Tóquio2020 pode até reforçar essa realidade, pois a participação atual no plano de preparação olímpica cifra-se em 55%.

Quanto à federação de futebol, que integra ainda o futsal, é única a superar a fasquia dos cem mil atletas (167.986 homens), as mulheres federadas são já 8.363. Um incremento assinalável face às 6.007 do ano 2014, mas que revela ainda um peso muito relativo: 4,74% dos praticantes federados, apesar do crescimento da seleção feminina, que em 2017 se estreou num Europeu.

Assim, a evolução recente dita que perto de um terço dos desportistas federados sejam mulheres. A promoção da igualdade de género transcende, inclusivamente, os registos de praticantes federados, sendo visível a participação feminina noutras áreas do movimento associativo, seja na condição de árbitras, treinadoras ou dirigentes.

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