Segundo dia de competição em “La Defense” e mais um dia sem recordes do mundo. Na primeira sessão não era descabido ter recordes do mundo em todas as finais, mas tal não aconteceu. O sentimento do primeiro dia parece ter contagiado também o segundo uma vez que em duas das finais eram esperados recordes do mundo, mas essa conta continua em branco em Paris. Estes resultados vêm dar força aos relatos que dizem que a piscina é lenta tendo a organização optado por uma piscina menos funda que o habitual.
Touca de Bronze: Xu Jiayu (100 costas)
O nadador chinês teve em evidência pela excelente marca que realizou na meia-final dos 100 metros costas onde se apurou com o melhor tempo com mais de meio segundo de vantagem sobre Ceccon. Se repetir este tempo na final poderá ganhar mesmo a medalha de ouro para mas terá oposição forte do italiano que pareceu nadar ainda com alguma folga. Os 100 metros costas masculinos foram provavelmente a exceção no conjunto de provas desta tarde uma vez que apresentaram um nível medio bastante alto tendo inclusivamente a final fechado abaixo dos 53 segundos.
Touca de Prata: Torri Huske (100 mariposa)
Quando toda a gente achava que a sua compatriota Gretchen Walsh iria ganhar com facilidade a final dos 100 mariposa, Torri Huske decidiu surpreender com uma marca de excelente nível em cima do seu recorde pessoal. Isso permitiu que tocasse em primeiro por apenas 4 centésimos de segundo deixando a prata para a sua colega de equipa. Walsh com o seu tempo da meia final teria sido campeã olímpica hoje, mas não conseguiu repeti-lo quando realmente importava.
Touca de Ouro: Leon Marchand (400 estilos)
O super nadador francês venceu e convenceu a prova dos 400 estilos. Apesar de não ter batido o recorde do mundo, superou o antigo recorde olímpico de Michael Phelps e ganhou com incríveis 6 segundos de vantagem. A sua vantagem a foi tão grande que fez lembrar as margens de vitoria absurdas de uma nadadora de seu nome Katie Ledecky.
Marchand liderou desde inicio e não deu hipótese aos seus adversários. Excelentes indicadores para as suas restantes provas. Contou ainda com o apoio espetacular do publico francês que trouxe o estádio abaixo gritando o seu nome. Depois destes resultados será que conseguirá fazer a dobradinha 200 mariposa e 200 bruços? Apesar de as duas provas serem disputadas no mesmo dia, não parece ser impossível para o nadador francês.
Touca de Lata: 100 Bruços Masculinos
A prova masculina dos 100 bruços já tinha tido tempos preocupantemente lentos nas meias-finais. Mas na final de hoje foi ainda pior. O italiano Martinenghi venceu com a chocante marca de 59.03. Apenas 2 centésimos à frente de Adam Peaty e Nic Fink que empataram com a marca de 59.05. Para que se tenha uma noção da fraca valia destas marcas, Kosuke Kitajima foi campeão olímpico em 2008 com 58.9s. Em 2012 O Sul Africano Van der Burgh foi campeão com 58.5s. Já em 2016 Adam Peaty foi campeão olímpico com uma marca de 57 baixo, tendo repetido essa marca nos jogos de Tóquio em 2021. Portanto desde os jogos Olímpicos de Atenas em 2004 (há 20 anos atrás) que o ouro olímpico não era conquistado com uma marca tão lenta como a de hoje. Esta marca fica também a uns inacreditáveis 2.15s do recorde do mundo de Adam Peaty de 56.88s. Para contextualizar seria como ganhar o ouro olímpico nos 100 livres com uma marca a rondar os 48.95, os 100 costas em 53.75s ou os 100 mariposa em 51.64s. Claro que as comparações não devem ser tão lineares mas os tempos dos medalhados de hoje foram muito fracos quando comparados com um passado recente. Ainda assim nos jogos olímpicos o que interessa é tocar na frente e conquistar a medalha olímpica por isso será certamente um dia inesquecível para o nadador italiano.
Créditos da foto: World Aquatics Facebook
