Equipa de refugiados apresentada, dois nadadores sírios em competição

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Às vésperas de iniciar sua participação nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, a inédita equipa olímpica de atletas refugiados foi formalmente apresentada, esta terça-feira, ao Comité Olímpico Internacional (COI).

“Obrigado a todos que nos apoiam e que nos deram a chance de estar aqui e perseguir nossos sonhos”, disse a nadadora síria Yusra Mardini, de 18 anos. “Somos como todas as pessoas no mundo”, reforçou a atleta, que disputará 200 metros mariposa e livres.

A apresentação dos atletas ocorreu durante a 129.ª sessão do COI, reunião anual que reúne todos os membros do comité.

“A participação dos refugiados nos Jogos Olímpicos é um sinal de esperança para todos os refugiados do mundo. Eles não tinham um país para defender e nem uma bandeira para competir. Agora, têm”, afirmou o presidente do COI, Thomas Bach.

A equipa, que conta com dez atletas refugiados, disputará os Jogos do Rio em nome do COI, defendendo a bandeira olímpica. Eles competirão nas modalidades natação, judo e atletismo (corrida e maratona).

Caso os atletas ganhem medalhas, a famosa bandeira com cinco argolas será erguida, ao som do hino olímpico. A equipa é composta por dois nadadores sírios, dois judocas congoleses, um maratonista etíope e cinco corredores sul-sudaneses.

O diretor da solidariedade olímpica, Pere Miró, afirmou que a equipa olímpica de atletas refugiados é um símbolo de solidariedade e esperança.

“Estamos muito felizes por ter esta equipa nos Jogos do Rio e acreditamos que os desportos podem contribuir para um futuro melhor e promover a qualidade de vida”, disse, lembrando que há mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo forçadas a se deslocar dos seus países de origem devido a guerras, conflitos e perseguições.

Ao discursar brevemente na sessão do COI, a nadadora síria Yusra Mardini afirmou estar contente de fazer parte da equipa e representar milhões de pessoas no mundo. “Esperamos inspirar novos atletas em todo o mundo, não apenas refugiados”, afirmou.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é parceira do Comité Olímpico Internacional na iniciativa. A partir de uma solicitação do COI, a agência identificou refugiados em todo o mundo com experiência desportiva e encaminhou os nomes ao COI.

A partir daí, o comité atuou com as federações e os comités nacionais em um programa de treino de atletas, culminando com a seleção dos dez refugiados que se encontram no Rio de Janeiro.

Segundo Pere Miró, cerca de 1000 solicitações foram consideradas na montagem da equipe olímpica de atletas refugiados. “Mas após uma seleção rigorosa, apenas dez foram selecionados. Eles são refugiados e têm nível desportivo para competir”, atestou o diretor do COI.

O sírio Ramis Anis, que vive na Bélgica, vai nadar os 100 metros mariposa, enquanto a compatriota Yusra Mardini, que vive na Alemanha, vai participar nos 200 metros livres e mariposa.

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