António José Silva, que marcou presença, esta terça feira, na reunião que juntou o Comité Olímpico de Portugal, a Secretaria de Estado do Desporto e Juventude, o Instituto Português do Desporto e Juventude e as federações olímpicas nacionais, apresentou um documento com várias propostas, no qual destaca que “é necessário um ajustamento das verbas disponíveis à realidade do Programa de Preparação Olímpica (PPO) e à sua concretização”.
Em cima de mesa esteve o balanço dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e a preparação do próximo ciclo olímpico que culminará com os Jogos de Tóquio 2020.
O presidente da Federação Portuguesa de Natação mostrou-se muito interventivo – recentemente apresentou um manifesto de apoio à recandidatura de José Manuel Constantino, suportado por 22 das 29 federações olímpicas –, ao apresentar um documento, intitulado por “Tóquio 2020: Rumo ao Futuro: Tailor-Made Solution”, com os factores condicionantes dos resultados desportivos nas várias edições dos Jogos Olímpicos, recomendações e conclusões.
Para o líder federativo, “é necessário um ajustamento das verbas disponíveis à realidade do PPO e à sua concretização, tendo em consideração que são as federações as responsáveis pela implementação do mesmo”, bem como “a captação de financiamento público/privado na esfera do alto rendimento potenciada pelo Estado”.
“O desporto português está dotado já do melhor enquadramento jurídico, salvos exceções pontuais, para dar cobertura às necessidades de apoio aos atletas de alto rendimento desportivo nos quais se incluem os integrados no PPO. O que falta é a análise circunstancial caso a caso e respetiva operacionalização no concreto, enquanto o próprio sistema não encontrar formas (sistema somos nós) de o obrigar na sua regra”, refere António José Silva no documento apresentado.
“Os recursos disponíveis, na componente e financiamento público existente, têm sido majorados de ciclo a ciclo na medida das disponibilidades existentes. O desporto português possui atletas e equipas com condições de disputar os lugares de pódio olímpico a cada quatro anos. Estes são a exceção e, como tal, é como exceção que devem ser tratados”, afirma.
Segundo o presidente da FPN, “a abordagem ‘tailor-made’ é a via mais rápida que permitirá definir as reais necessidades de preparação e de política redistributiva face à real necessidade, igualdade e equidade”.
António José Silva lança quatro perguntas, ao mesmo tempo que considera as respostas “óbvias de tão simples: “Aos desportistas: O que precisam para serem melhores em 2020 do que foram em 2016? Às Federações desportivas: Face às necessidades dos desportistas, qual a dotação que precisam para o necessário enquadramento técnico-organizativo em termos desportivos e outras condições para além das desportivas? À entidade gestora/COP: face às necessidades dos desportistas e das federações o que precisam em termos de financiamento direto e outros mecanismos de agilização de procedimentos desportivos e extradesportivos? Ao Estado: Validam os objetivos e a estratégia? Então de que esperam para passar o cheque e criar as condições de sucesso?”.
Os trabalhos foram liderados pelo presidente do COP, José Manuel Constantino, e teve a presença do Secretário de Estado do Desporto e Juventude, João Paulo Rebelo, do Presidente do IPDJ, Augusto Baganha, do Chefe de Missão aos Jogos Olímpicos Rio 2016, os presidentes da Comissão de Atletas Olímpicos, da Comissão de Treinadores do COP, da Comissão Médica do COP, para além de 20 Federações Olímpicas nacionais.
Documento da FPN na íntegra
Foto: COP