Conseguirá o Vitória conquistar o campeonato no seu castelo?

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A convite do Chlorus, Alfonso Merino, treinador do Fluvial Portuense, lança o terceiro jogo da final do campeonato nacional da 1.ª Divisão entre o Vitória de Guimarães e o Naval Povoense, agendado para as 19h30 deste sábado na Piscina Municipal de Guimarães, que será dirigido pelos árbitros internacionais Luís Santos e Eurico Silva.

Análise técnica de Alfonso Merino:

Teremos terceiro jogo! O Povoense conseguiu forçar o terceiro jogo, fazendo valer o fator-casa.

A chegar à piscina da Senhora da Hora, fiquei surpreendido com os adeptos vimaranenses, cantando e tendo de branco e preto mais de meia bancada. O ambiente perfeito para disfrutar de uma noite de polo aquático.

O jogo não foi nada bom, mas sim muito interessante pelo que estava em jogo. Os locais começaram muito nervosos em ataque, a diferença da primeira mão onde demonstraram grande segurança durante os três primeiros períodos. Desta vez, os de Mariani, não criaram quase perigo nos dois primeiros quartos por causa de precipitações, perdidas de bola, remates não muito claros, falta de comunicação e estar muito focados na defesa de Atila e Sousa.

Por outro lado, o Vitória parecia mais seguro, mas não aproveitou as dúvidas do contrário, possivelmente por medo de errar, e não conseguiu uma vantagem mais ampla para chegar ao descanso grande.

Nesta primeira parte do encontro, pela parte do Povoense, destaco no ataque Tiago Silva, conseguindo manter a sua equipa perto do marcador visitante, e a equipa inteira destaco a defesa, deram tudo, somando a uma grandíssima noite de Mykola conseguiram que o potencial ofensivo do Vitória ficasse tão só em três golos em dois períodos.

O esquema defensivo foi o mesmo, zona de 1, 2 e 3 e às vezes 4 se Sousa ficava em 3, mas desta vez Mariani nao assumiu a 100% a defensa de Atila. Para mim, a chave do jogo foi que rodaram na defena sobre ele, Mariani, Costa, Ferreira e Frias, pelo que Atila chegou ao fim do terceiro período literalmente morto e Mariani fresco para o quarto período para dirigir a vitória.

A partir do terceiro período, começa a ver-se o Povoense mais seguro a assumir o ritmo e comando do jogo. No Vitória Pedro Sousa (sem dúvida o MVP deste jogo) assumia o seu papel de líder.

As dúvidas do Povoense começavam a desaparecer conforme avançava o jogo, mas Pedro Sousa fez golos de todas as formas possíveis para manter a equipa viva até às penalidades.

Como era de esperar, tivemos muitas alternâncias no marcador (já comentámos isto a semana passada). Em 4 ocasiões, o Povoense comandou o marcador e o Vitória 5, fazendo disto um jogo nao apto para doentes cardíacos.

Resumindo, podemos dizer que o Povoense cresceu e foi mais durante o jogo, destacando seu trabalho em equipa, a contrário do Vitória que foi menos, mas conseguiu estar até ao fim baseado nas individualidades.

Vamos falar agora dos protagonistas da noite:

Vitoria.

Dimi. Defendeu bem e assistiu, mas continua com uma grande falta de confiança. Em noites assim, temos de esperar muito mais de um jogador de grandíssima qualidade. Não foi a sua melhor noite e na lotaria das penalidades errou na segunda oportunidade que concedeu o árbitro.

Costa. Enorme em tarefas defensivas, mas não apareceu no ataque e no passado sábado era preciso seu braço.

Cunha. Junto a Sousa foram os melhores do Vitória, defendeu e atacou bem assumindo quando era preciso.

Castro. Bom trabalho, grande sacrifício e mais outro golo em momento importante do terceiro período para voltar a comandar o Vitória no marcador.

Atila. Com a cabeça noutro país, foi muito bem seguro e marcado até à fadiga total. Mariani deu o “tiro de graça”, provocando a terceira expulsão.

Sousa. Brindou-nos outra noite para lembrar. Foi omnipresente tanto em ataque como em defesa e podemos desfrutar de uma variedade total de golos.

Povoense.

Tiago. O melhor dos locais no início em ataque, criou perigo e manteve a equipa perto no marcador.

Jorge. Pessoalmente gostei muito. Muito seguro na defesa e pouco confiante no ataque no inicio, mais depois assumiu num momento importantíssimo para colocar à frente a sua equipa pela primeira vez desde o início do jogo e no penalti para fazer golo sem dúvida nenhuma.

Costa. Como no primeiro jogo, passou mais tempo fora da água que dentro e quando entrava tinha mais dúvidas que acertos, mas o seu trabalho no banco, dando instruções aos mais novos e assumindo a defesa. Após a terceira exclusão de Ferreira foi importante. O mais grave foi dar a bola à frente quando o jogo estava quase a acabar, sem existir perigo, e assim facilitar o empate de Pedro Sousa. Um jogador de sua experiência não pode permitir-se a isto.

Ricardo. O sábado sim pudemos desfrutar dele. Não foi comprometido com expulsões e pôde jogar à vontade. Um dos momentos para marcar (além dos golos finais), a luta com Atila, os dois pesos pesados do campeonato juntos a ganhar a posição, foi espetacular.

Mariani. No início parecia fatigado e fez bem em rodar a defesa à volta de Atila. Assim consiguiu chegar mais “fresco” ao fim e dirigir melhor a equipa.

Mykola. O melhor dos locais. Bem colocado, falou bem à defesa e defendeu com mestria, minando a cabeça dos contrários. Faltaram pernas no fim do jogo, mas não podemos pedir mais.

Fonte. Não queria deixar de nomear este jogador. Jogou com vontade e muita entrega. Deixar este miúdo para o fim das penalidades era de uma grande ousadia e ele assumiu na perfeição com valentia, dando a vitória à sua equipa. Parabéns.

Agora temos de ir mais uma vez a Guimarães. O fator casa está a impor-se. Poderá o Povoense assaltar a fortaleza vimaranense? Conseguirá o Vitória o campeonato no seu castelo?

Tudo pode acontecer, poderemos ter alguma surpresa.

Créditos da foto: Clube Naval Povoense – Polo Aquático

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