“Citius, Altius, Fortius”: Quem é mais rápido, mais alto, mais forte em 2021?

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Faltam poucos dias para o início da maior competição multidesportiva do mundo.

Vivendo num clima de incerteza social e logística, estes são os Jogos Olímpicos da resiliência, do desafio e da superação.

Desde março de 2019 que o mundo parou sem poder parar, transformando estes jogos olímpicos da era moderna os primeiros a serem realizados em ano ímpar, num ano não bissexto e sob um logótipo que diz Tokyo2020 quando o calendário marca 2021.

São definitivamente tempos estranhos estes que vivemos. E se não tem sido fácil para a população em geral, para os atletas a discrepância de condições de treino e medidas anti-covid19 fizeram com que fosse absolutamente imperativo que esta competição fosse adiada durante um ano, no sentido de ser mais justa para todos e de se preservar a verdade desportiva.

Mas, com mais 365 dias de preparação, a verdade é que surgem novos atletas ao mesmo tempo que algumas estrelas entram em declínio. Se para uns o pico perfeito teria sido em 2019/20, para outros era cedo demais, e portanto com mais um ano de preparação podem agora ser eles a brilhar ao mesmo tempo que para outros 2021 é tarde demais. Apesar de ser uma situação comum a todos os desportos, é a natação que me deixa realmente expectante para uma semana que será certamente eletrizante, não fosse a natação o desporto n.º 1 dos Jogos Olímpicos desde Sidney 2000.

Olhando para os rankings e entrylists projetadas, é fácil compreender que a maioria das provas será disputada pelos melhores nadadores do mundo até à última braçada.

Arrisco dizer que poderá ter chegado ao fim parte do reinado da melhor nadadora da história (para mim) Katie Ledecky. Os duelos anunciados com Ariane Titmus, sobretudo nos 200 e 400, parecem favorecer a australiana, mas poderá Ledecky mostrar-se ao nível que nos fez ficar de queixo caído durante tantos e tantos anos?

E Milak? O húngaro é provavelmente o ouro mais garantido na natação mundial, visto que tem três segundos de vantagem para o segundo melhor tempo de inscrição nos 200 mariposa. Por isso, a expressão correta não será Milak contra o mundo, mas sim Milak contra o tempo! Será que 1.49.99 está nas cartas para este nadador? Teremos de aguardar para ver.

É expectável que o tão anunciado declínio do domínio americano nas provas de estafetas se verifique, mas poderá esse ser colmatado pela atual principal estrela da natação mundial? Até onde pode chegar Caleb Dressel? Pode certamente chegar à nova prova do século: Final dos 100 metros Livres.

À semelhança do que aconteceu em 2004, na prematuramente chamada prova do século (200 livres), em que tivemos Thorpe vs Hoogenband vs Phelps, em Tokyo nos 100L, que são a prova rainha da natação, teremos os melhores nadadores do mundo quase todos no seu auge.

Dressel vs Chalmers vs Kolesnikov vs Miresi vs Minakov vs o fenómeno de 16 anos David Popovic… Uau! Que seja decidida na última braçada e com um recorde de outro mundo, é o meu desejo.

E o que dizer dos portugueses? Nunca tivemos tantos nadadores apurados com mínimo A para os Jogos Olímpicos, o que diz muito da incrível qualidade desta seleção que nos representa a todos.

Poderá ser uma participação histórica com todos os atletas com reais possibilidades de fazer meia-final ou classificação de Top-16. E porque não sonhar com a final?

Aos seus lugares… Força Portugal!

Créditos da foto: FINA

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