Carlos Jesus diz que se vivem “tempos de muita insatisfação, pouca tolerância e de enorme competição”

 
  

Carlos Jesus, presidente do Conselho Nacional de Arbitragem, afirma que se vivem “tempos de muita insatisfação, pouca tolerância e de enorme competição”, numa mensagem deixada no Facebook que marca a sua despedida dos órgãos sociais da Federação Portuguesa de Natação, este sábado a votos e cujo seu sucessor será o “vice” Alexandre Silva.

Texto na íntegra:

“Caros colegas, na impossibilidade de me dirigir pessoalmente a cada um de vós vou utilizar e pela última vez este nosso grupo do facebook para vos dizer que a partir de amanhã, dia 22 de Outubro 2016, deixarei o cargo de Presidente CNA/FPN.

Após profunda reflexão/ponderação e depois de auscultar a família decidi não continuar no cargo.

E dizer-vos que foi para mim um privilégio e uma honra poder contribuir com o meu saber e a minha experiência de vida para esta nobre causa que é a arbitragem.

Tarefa que não foi nada fácil. Vivem-se hoje tempos de muita insatisfação, pouca tolerância e de enorme competição, onde a razão e o bom senso por vezes não é fácil de alcançar.

Comecei já lá vão 20 anos nas bancadas da anterior piscina do Sporting, como pai de nadador como muitos de vós. Pela mão do Aurélio Perdiz cheguei á ANL onde fui Juiz e árbitro durante uns anos até chegar a este órgão federativo da FPN, a convite de Edgar Coelho, onde estou há 8 anos.

No 1º mandato como membro do CNA trabalhei com Amador e Rui Ribeiro.

Neste 2º mandato fui eleito membro, passando depois (por renúncia de Edgar) a presidente do órgão, num mandato difícil e muito trabalhoso e que termina com um nº mínimo de elementos (lembro que além de Edgar também saíram Paula Cruz e Luís Marques, ambos do PA).

Um mandato feito debaixo de fortes e duros constrangimentos financeiros por parte da FPN e sempre visto pelas instâncias internacionais dentro da pequena dimensão deste nosso país. Contudo podemos considerar o balanço final positivo.

Desde (1) o processo de regularização fiscal a que foram sujeitos todos os árbitros de todas as disciplinas, (2) ao lançamento (sempre que nos foi possível) de novos JA às provas, (3) a promoções a novos árbitros internacionais NP/AA – Alexandre Silva, Jorge Salgueiro, Carlos Correia e Domingos Afonso- e certos que em 1 janeiro 2017 outras internacionalizações se confirmarão…, (4) a deslocações a seminários/clinicas FINA e LEN no estrangeiro (Alexandre Silva, Artur Dias, José Barradas) e presenças em provas internacionais (Tiago Marques, Ana Patacas, António Sampaio, Dalila Lira, Alexandre Silva, Alexandre Fernandes, Sandra Oliveira, Luís Santos, Pedro Brandão, etc…) muito foi conseguido, acreditem.

Em todas as oportunidades e solicitações apresentadas a este CNA nesse sentido, mostrámos sempre a nossa intenção, embora e pelos mais diversos motivos, nem sempre tenhamos tido êxito, conforme sabem.

Igualmente foram marcos assinaláveis e dignas das maiores referências as valiosas prestações nas AA em Setúbal, bem como os recentes CE NA no Funchal onde a prestação dos nossos árbitros foi fruto de grandes elogios da parte de todos, ficando deste modo a porta aberta á FPN para futuros eventos internacionais da modalidade.

Podemos dizer que temos hoje um competente e experiente quadro de árbitros nacionais e internacionais (NP/AA/NS/PA/NA) com provas dadas interna e internacionalmente, o que augura um bom futuro para a arbitragem nacional. Concomitantemente em todas as associações e em todas as disciplinas estão a despontar novos valores que aguardam a sua oportunidade.

Assim seja a FPN capaz de dar condições a futuros CNA para acompanhar esse desenvolvimento e esse crescimento.

Por último deixo uma palavra de agradecimento para todos aqueles que nos últimos tempos me incentivaram a prosseguir. Fico-lhes reconhecido por tal gesto esperando no entanto que aceitem e compreendam a minha decisão.

Muito mais haveria para dizer…mas nesta altura que importa isso?

Fico-me por aqui

Foi um prazer estar convosco

Votos das maiores felicidades para todos vós

Abraço, Carlos”

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