Não sei se é por causa da nossa Seleção de Futebol que entrará em ação muito em breve no Europeu que se disputa em França, se é por causa deste espírito de vitória e conquista que normalmente surge sempre que a nossa Seleção disputa uma fase final de um Europeu ou Mundial, sinto-me otimista e confiante, acho que se deve principalmente ao discurso do nosso selecionador nacional Fernando Santos que conseguiu transformar uma nação com expetativas moderadas numa nação sedenta de vitórias! Finalmente alguém que consegue aliar uma super ambição com a devida competência para atingir os objetivos!
Acho que é disto que precisamos, acho que é disto que o polo aquático nacional precisa para se afirmar no panorama nacional e internacional e acho que caminhamos nesse sentido. Já o disse e reafirmo que gosto do discurso do nosso selecionador nacional de polo aquático Fernando Leite, apresenta-se muito focado na tarefa, bem rodeado de colaboradores e aliando o processo de treino às bases científicas apropriadas. Acho que deve sonhar, sonhar alto e colocar objetivos extremamente ambiciosos, vamos deixar o realismo para o percurso que temos que fazer para os atingir, se não os atingirmos de certeza que chegaremos perto, de certeza que evoluímos e estaremos mais fortes.
Quanto ao percurso é aqui que nos devemos concentrar, nós todos: dirigentes, treinadores, atletas, federação e associações e encetar um plano de desenvolvimento nacional. Há certamente muito trabalho a desenvolver ao nível da gestão, macro à dimensão nacional e micro à dimensão dos clubes, e claramente muito trabalho técnico ao nível do treino.
Sendo eu treinador, tento estar atento a todos os fatores que influenciam o treino e o rendimento das equipas, e quanto mais cedo melhor, proporcionar uma excelente introdução à modalidade nos nossos escalões mais baixos parece-me primordial, onde ensinamos principalmente o que é treinar e quais os conceitos do treino desportivo, quais os tipos de carga, grandeza e orientação que levarão a adaptações (melhorias) e à inevitável fadiga. Conhecer todos os fatores do rendimento desportivo: técnica, táctica, físico e dominar os exercícios de treino para os desenvolver, respeitar a sua especificidade, identidade, natureza, estrutura e classificação.
Planear é traçar o caminho para atingir objetivos, assim o planeamento e periodização do processo de treino é a base do trabalho.
A treinabilidade disto tudo levanta problemas, mas dá-nos esperança de melhorar e reverter tudo aquilo que não corre bem. O processo de treino é dinâmico e não fechado, molda-se no tempo consoante as circunstâncias.
O processo de treino não se esgota nas capacidades dos treinadores, mas deles depende muito o sucesso do mesmo, os tipos de liderança, a sua imaginação ou sentido de humor influencia um grupo de trabalho. Ter espírito combativo e ser corajoso na tomada de decisão são características importantes, assim como ser um bom comunicador mas também ouvinte.
Temos muito a fazer, sabemos o que temos que nos empenhar para mudar o ‘status quo’, temos vontade, temos conhecimentos, temos talento, falta talvez compromisso com os objetivos, deixemos de lado o realismo e o alcançável, queremos outros voos, outros palcos, porque para se ser grande temos de pensar em grande.
