No próximo sábado, na piscina do Fluvial Portuense disputa-se a finalíssima do “play-off” masculino do polo aquático referente à época em curso (2017-18).
Após dois jogos de enorme intensidade, onde, respetivamente aconteceram, uma vitória para o Fluvial (após grandes penalidades) e outra para o Naval Povoense, eis que ambas as formações vão disputar a designada “negra”, numa alusão clara ao nivelamento normal nos play-off, que vai revestir-se certamente de muito incerteza até ao fim.
Dizem todos os treinadores de todas as modalidades coletivas que é sempre melhor jogar em casa que fora, e, nesse ponto, talvez o Fluvial Portuense tenha ligeiríssima vantagem. Mas, nunca fiando. O jogar em casa traz desde logo a obrigatoriedade de escolher as dimensões da piscina. Trinta… ou… vinte e cinco metros? Ora aqui está uma decisão que até pode ser decisiva para a contenda. O Fluvial tem a palavra, mas, não é fácil a escolha. Mesmo assim, tudo neste domínio estará nas suas mãos. A piscina, as referências atrás das balizas que permitem a necessária maior familiarização com os remates, a maior confiança que o local lhe proporciona, enfim, uma série de coisas, que ao invés, estarão mais contra o seu adversário. Contudo, o Naval Povoense na prática… não tem casa. E joga sempre fora. A piscina da Senhora da Hora é casa emprestada, portanto estarão todos calejados num ambiente mais adverso.
Curiosidade mesmo é saber como vão ambas as equipas jogar se se confirmar a suspensão por cartão vermelho de João Leite (Fluvial) e Ricardo Sousa (Povoense), ambos expulsos no último jogo. Teoricamente falando, o pivot do Povoense fará mais falta do que o central do Fluvial, mas, num jogo destes, os “outsiders” podem até revelar-se e surpreender o desfecho da partida. Há dois anos, Nuno Marques, do Fluvial, foi a chave da final, enquanto no primeiro jogo deste ano, Ricardo Ferreira (Povoense) marcou quatro golos. Quatro! Foi mesmo muito golo para um jogo destes e ninguém estava à espera. Portanto, por um lado, aguarde-se pela informação da Federação sobre os castigos ou não a aplicar, e, por outro, vamos ver o que o jogo dá com todas as suas incertas possibilidades que forçosamente elencam no momento mais favorável ou não dos jogadores envolvidos. Uma coisa é certa, em ambas as equipas, alguém fará as posições do corredor central, aquele que os teóricos dizem que decide tudo, e, a haver ausências, ambas as formações serão postas à prova porque terão de mudar muitas coisas.
A semana será intensa e nervosa, mas aliciante. Nunca esquecer a grande máxima “o jogo… é antes do jogo”, e todos estarão a dar o seu melhor e a limar os derradeiros detalhes. Num momento destes, fico algo desmoralizado com a nenhuma atenção dada pelos jornais a uma modalidade tão completa e bonita como é o polo aquático. Haverá apenas uma réstia de esperança nas redes sociais onde se falará um pouco do jogo do título. E, os jogadores mereciam mais. Muito mais. As incidências do encontro, a marcha do marcador, quem mais se vai destacar. Os marcadores, os guarda-redes… enfim, não será a hora de mais lamentações. Que cada jogador procure no momento único e certamente inesquecível, a motivação e a força necessárias para jogar mais e melhor e desfrutar da magia do jogo e de ser a “negra”, que constitui sempre um fator adicional de grande entusiasmo.
Resta falar da tarefa dos treinadores, uma atividade sempre isolada e que numa semana destas dá para muitos pensamentos, pesadelos e conjeturas. A sua maior ou menor influência na equipa pode ser decisiva para encontrar o vencedor, embora, como também muitos dizem… quem joga e vai marcar os golos… serão os jogadores, e, quem defenderá as bolas serão os guarda-redes (mais de meia equipa diz-se).
Relembrar aos árbitros que se passarem despercebidos no jogo já terão feito um muito bom trabalho. E as mesas que não esqueçam também a enorme responsabilidade da sua ação no tempo de ataque.
Se ganhar, o Fluvial faz o “tri”, motivos mais que suficientes para os seus atletas estarem todos motivados. Se for o Povoense, será o primeiro título da sua história e essa possibilidade poderá dar aos seus jogadores algo que dilui ou esvazia completamente o fator casa.
Que seja uma grande jornada para o polo aquático nacional, é o que se deseja e que a organização esteja à altura do momento.
Créditos da foto: FPN