A futebolização do polo aquático português

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Pode parecer contraditório, até porque, ainda recentemente terei escrito que os designados clubes “aquáticos” estariam em condições de defrontar os atuais campeões de polo aquático – Sport Lisboa e Benfica e Vitória de Guimarães, respetivamente, em femininos e masculinos.

Obviamente (para já) enganei-me! Benfica em femininos e Vitória de Guimarães nos masculinos conquistaram, ontem, na espetacular piscina do Clube Fluvial Portuense, e sem grandes dificuldades, as designadas “dobradinhas”, juntando ao título de campeões, a conquista das respetivas taças de polo aquático.

Sem qualquer desrespeito para o Aquático Pacense, toda a gente do polo aquático adivinhava a vitória do Benfica, o que aconteceu com naturalidade e por números mais que expressivos (21-6). Dito assim, parecerá pouco brilhante para o “glorioso”, mas não é esse o objetivo. Há que realçar o projeto, o trabalho alicerçado, o lançamento de novas miúdas a jogarem bem e por isto e mais aquilo, deverá ser complicado derrotar o clube da Luz nos próximos tempos.

Já nos rapazes, ao Fluvial Portuense, a jogar “em casa”, justificaria mais equilíbrio, confrontação e eventual incerteza no desenrolar do marcador, o que nunca aconteceu. O Vitória com Pedro Sousa e Rui Ramos chegou e sobrou para as despesas do jogo e quando no final do terceiro período o fluvialista Tiago Paraty falha um golo certo isolado perante a brilhante defesa de Carlos Gomes, todos, como eu, terão percebido que ontem não era dia para o Fluvial Portuense.

A época termina com eventuais conclusões contraditórias. Investir ou não em jogadores conceituados com natural dispêndio de verbas (eventualmente avultadas para o panorama nacional) ou realizar trabalho válido nas escolas de formação com qualidade e eficiência? Talvez a virtude esteja no meio termo, mas não é fácil decidir em conformidade com os objetivos programados.

Por último, a cidade de Loulé será palco da realização do “Europeu” de sub-15, já daqui a um mês. Tal significa que Portugal e o Algarve vão receber os melhores jogadores do mundo neste escalão etário. Momento único que se espera dos responsáveis federativos, associativos, clubes, arbitragem, dirigismo, treinadores, entre outros, para (finalmente) se avaliar o trabalho desenvolvido, os recursos, eventuais correções ou mudança de direção nas políticas desenvolvidas, onde podemos ou não chegar, etc…

O polo aquático português terá e deverá com este tipo de organizações de receber o necessário retorno de conhecimentos (achamos nós)!

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